Na manhã desta terça-feira, 18 de março, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região se uniu à CUT-RS, outras centrais sindicais e movimentos sociais para promover um grande ato contra os juros altos. A manifestação começou com uma caminhada em frente ao Colégio Estadual Julio de Castilhos até a sede do Banco Central, no centro da cidade. No local, os manifestantes se uniram a trabalhadores de diversas categorias, exigindo a redução da taxa de juros.
O ato foi motivado pelos altos juros que tornam os financiamentos cada vez mais caros, fazendo com que os trabalhadores paguem muito mais do que o valor real no financiamento de produtos e empréstimos. Isso não só contribui para a inadimplência, mas também dificulta a geração de empregos no país. A luta é por uma política monetária mais justa, que beneficie a maioria da população e não apenas uma pequena parcela da sociedade, buscando justiça econômica e melhores condições para todos.
Luciano Fetzner, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, ressaltou que a origem dessa situação remonta ao "golpe tramado no governo Bolsonaro", que transformou o Banco Central em uma instituição "independente". No entanto, ele argumenta que essa "independência" é apenas uma fachada: "Desde o começo do golpe tramado no governo Bolsonaro, que transformou o Banco Central em uma instituição 'independente', mas, na verdade, o tornou refém do rentismo e do capital internacional", afirmou Fetzner. Segundo ele, essa "independência" retira do governo federal a capacidade de determinar a política econômica do país e favorece os interesses dos poderosos, não da população. "Com uma falsa ideia de 'independência', nosso Banco Central não é independente; ele depende daqueles que querem nos explorar. Ele retira do governo federal a capacidade de determinar a lógica econômica do nosso país", completou o presidente do sindicato.
O ato também teve o objetivo de alertar a população sobre o impacto da alta taxa Selic, que está atualmente em 13,25% ao ano, com expectativa de aumento para 14,25%. O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central, que decidirá a nova taxa de juros, tem gerado preocupação, pois, com essas taxas, o Brasil se torna um dos países com as maiores taxas reais de juros do mundo. Isso afeta diretamente o trabalhador, que paga mais por seus financiamentos, além de sofrer com o alto custo de vida.
Luciano Fetzner também destacou o impacto das taxas de juros altas nas empresas, especialmente nas de pequeno e médio porte. "O mesmo acontece com as empresas, sejam pequenas, médias ou grandes. As taxas de juros abusivas impedem que os empreendedores que desejam abrir um pequeno negócio tenham acesso a crédito acessível, o que prejudica a geração de empregos e vai contra o desenvolvimento do país", alertou o presidente do Sindbancários.
O aumento da Selic também prejudica a geração de empregos e a criação de novas oportunidades de negócios, pois os juros altos desestimulam os empresários a investir e contratar mais trabalhadores. O ato teve como principal mensagem que a luta por juros baixos é uma luta de todos, pois um Brasil com juros altos significa menos empregos e mais desigualdade.
O Sindbancários e os movimentos sociais seguem firmes em sua luta, defendendo uma política monetária que favoreça o desenvolvimento do país, a geração de empregos e o bem-estar da população, e não os interesses do rentismo e do capital internacional.
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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS
Fonte: SindBancários Poa e Região